Confiança do empresário do comércio catarinense caiu quase 17% desde janeiro de 2014

Atualizado em 06 fevereiro, 2015

Em janeiro, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) catarinense caiu -4,6% na comparação com o mês de dezembro, atingindo 105,6 pontos. No ano, a queda é elevada, de -16,8%, mantendo o indicador num nível considerado baixo e próximo dos 100 pontos. As fortes quedas anuais igualmente observadas nos demais subíndices da pesquisa da Fecomércio SC também chamam a atenção, demonstrando a grande deterioração da confiança do empresário do comércio catarinense de 2013 para cá.

Para os empresários, o momento atual da economia é de cautela e reflete uma visão de insegurança quanto ao futuro, ainda que exista uma certa expectativa de melhora tendo em vista que as medidas de contenção fiscal do governo, a fim de reequilibrar as contas públicas, estão sendo bastante críveis e podem gerar resultados positivos a partir do último quadrimestre do ano. O mercado interno em deterioração – devido às restrições ao crédito (associado às altas taxas de juros, tanto ao consumidor, quanto para o empresário), as persistentes pressões inflacionárias (que tendem a se agravar com a desvalorização do real e o reajuste dos combustíveis) e ao crescimento reduzido da renda e do emprego – faz com que as vendas desacelerem, gerando menos receita em uma estrutura de custos já elevados. Desta maneira, o resultado do varejo fica comprometido, gerando grande pessimismo e bloqueio dos investimentos.

Pessimismo persistente

O índice de Condições Atuais da Economia caiu -23,8% no ano, mas se manteve estável no mês, apresentando variação nula. Dentre os subíndices que compõem o ICAEC, dois dos três indicadores apresentaram elevação mensal. No ano, todos caíram. O CAE verificou considerável queda de -41,5%, passando de 82,1 pontos em janeiro de 2014 para 48 pontos em janeiro de 2015. Na comparação mensal, a retração foi de -6,6%. No geral, a situação é de grande pessimismo persistente, associado ao ajuste econômico de caráter recessivo, anunciado pela equipe econômica do governo, e ao baixo volume de vendas ao longo do ano no Estado.

O subíndice de Condições Atuais do Comércio (CAC) apresentou variação negativa expressiva de -19,7% na comparação anual, mas alta de 3,4% na comparação mensal, explicada por janeiro ser um mês de elevação das vendas, as férias e ao período de volta às aulas. Em termos absolutos, o subíndice marca 78,7 pontos; superior aos 76,1 pontos de dezembro. Já o subíndice de Condições Atuais das Empresas do Comércio (CAEC) caiu -15,2% no ano. No mês, houve pequena alta de 0,7%.

O Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC), que vem segurando o ICEC em uma situação acima dos 100 pontos, caiu -14% no ano e -7,6% na variação mensal. Dos 143,1 pontos em dezembro, o índice foi para 132,2 pontos. Os subíndices Expectativas da Economia Brasileira (EEB), Expectativa do Comércio (EC) e Expectativa das Empresas Comerciais (EEC), em consonância com o IEEC, apresentam-se todos acima da barreira dos 100 pontos, bem como apresentaram quedas tanto no ano, quanto no mês.

O EEB apresentou no mês de janeiro variação negativa de -10,3%. No ano, a queda foi de -24,7%. O EC caiu -5,7%, de 144,0 pontos em dezembro para 135,8 pontos em janeiro. Já o EEC passou de 160,2 pontos para 148,6 pontos, expressando uma variação negativa de -7,2%. Na comparação anual, a queda foi de -8%.

Sinal de alerta

O IIEC, Índice de Investimento do Empresário do Comércio caiu -3,9% no mês. No ano, a queda foi de -14,6%. Ficou no patamar de 107,2 pontos em janeiro. Este resultado decorre das difíceis condições atuais da economia, como a restrição ao crédito e aos juros elevados (tanto ao consumidor, quanto ao empresário) e indicam que as fortes pressões inflacionárias, provindas da alta do combustível, e o desaquecimento do mercado interno acendem um sinal de alerta e preocupação aos empresários.

O subíndice Contratação de Funcionários (IC) apresentou queda de -13,9%, passando de 130,5 pontos no mês passado para 112,3 pontos no mês de janeiro. Na comparação anual, houve queda de -14,9%, demonstrando que o mercado de trabalho já mostra sinais de saturamento, conclusão corroborada pelo baixo saldo de vagas criadas no ano. O subíndice Nível de Investimento das Empresas (NIE) subiu 2,2% no mês, mas caiu – 20,9% no ano. O subíndice de Situação Atual dos Estoques (SAE) apresentou variação positiva, ficando em 2,8%. Na comparação anual, o índice teve queda de -6,9%.

Veja a pesquisa na íntegra aqui 

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