Empresas podem adotar medidas simples e práticas para a redução da conta de luz

Atualizado em 12 março, 2015

O Brasil tem a maior tarifa de energia do mundo, uma média de R$ 274 (com os mais de 20 impostos embutidos) por megawatt/hora. Na sequência vêm países sem hidrelétricas, fonte de energia renovável e, teoricamente, que deveria ser barata, como Dinamarca (R$ 222), Japão (R$ 214), Holanda (R$ 167), Áustria (R$ 136), Portugal e Itália (R$ 134). Os Estados Unidos, com uma média de R$ 81 por megawatt/hora, estão na 26ª colocação da lista elaborada pelo Edison Electric Institute, principal organização norte-americana de eficiência energética.

"Não é o mundo que está errado. Somos nós. E o custo da energia impacta em tudo aqui no Brasil, no comércio, nos serviços, na indústria e no bolso das famílias", afirmou o engenheiro eletrotécnico Gerson Sampaio, que na noite de quarta-feira, no auditório da Fecomércio SC, com o apoio da entidade, ministrou o workshop "Redução de Custos em Energia Elétrica no Comércio e Serviços", para uma plateia formada por empresários, gestores, gerentes de manutenção e profissionais de operação de empresas da Grande Florianópolis.

De acordo com Sampaio, o elevado custo da energia no Brasil se explica pelo acúmulo absurdo de impostos embutidos na conta (52% do total são tributos). A média mundial de impostos sobre energia é 4%. O segundo país que mais taxa a energia elétrica é a Turquia, com 16%. "São 21 impostos na conta de energia. Aqui se paga IPTU, INSS, Cofins e até IPI, sendo que a energia elétrica é um serviço, não é uma mercadoria, não é produto industrializado", afirmou, acrescentando que, apesar desse custo elevado, a qualidade da energia caiu consideravelmente nos últimos anos, enquanto o rombo do setor elétrico chega a R$ 120 bilhões.

Segundo o engenheiro, para reduzir o custo da energia elétrica, as empresas podem (e devem) adotar medidas simples cuja eficácia pode se traduzir numa economia de 30% dos gastos na conta de luz. A primeira delas é criticar a própria conta de luz: "Ao menos 40% dos medidores estão errados, pois eles há muito tempo não são aferidos. Se você observar a conta e verificar que sua empresa está pagando mais de 40 centavos por kilowatt/hora, alguma coisa está errada", disse, acrescentando que outras medidas, como a conservação e a manutenção preventiva dos equipamentos, aterramento correto da subestação e uma análise termográfica para detectar fadiga de material ou mau contato, também ajuda a reduzir a conta. "Um mau contato numa ligação representa uma perda de 1,5 kilowatt por dia. Isso, num mês, gera uma conta de R$ 700", afirmou.

Sampaio também recomendou às empresas prestarem atenção à capacidade correta de motores elétricos, fazerem a separação da conta em áreas de controle, a substituição do gás refrigerante R22 em seus sistemas de refrigeração (principalmente os supermercados), promoverem a medição e o estabelecimento de metas de economia em todos os painéis (com gráficos de consumo específicos para cada ambiente), colocação de sensores e automação de ramais, treinamento operacional e substituição de lâmpadas (uso de LEDs). O engenheiro também sugeriu investimentos em fontes alternativas de iluminação (como luz solar zenital) e de energia (pequenos geradores eólicos, capazes de fornecer de 1 a 80 kilowatts, e energia solar fotovoltaica, cujos painéis caíram um terço do preço em cinco anos e cujo investimento é amortizado em quatro anos).
 

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