Conclusão de obras no Sul do Estado acelera debate sobre Plano de Mobilidade Urbana em Tubarão

Atualizado em 15 julho, 2015

Na véspera da inauguração da Ponte Anita Garibaldi, que representa a superação do maior gargalo ao desenvolvimento da região Sul do Estado, a Fecomércio SC, o Sindilojas de Tubarão e Região e a Prefeitura de Tubarão promoveram, na noite de terça-feira, dia 14, um debate na sede do sindicato sobre os resultados da Pesquisa de Mobilidade Urbana que a federação divulgou no início deste ano. O encontro contou com a presença do prefeito de Tubarão, Olavio Falchetti, de secretários municipais, vereadores, arquitetos, urbanistas, empresários e representantes das entidades de classe do município.

O presidente do Sindilojas de Tubarão, Harrison Marcon Cachoeira, destacou o momento vivido pela região Sul de Santa Catarina, que teve o seu pleno desenvolvimento obstaculizado durante anos pelos gargalos de infraestrutura viária na BR-101, e que agora, com a inauguração da ponte em Laguna e do túnel do Morro do Formigão, em Tubarão, poderá, enfim, ter um surto de crescimento, com novos investimentos e projetos. “Nós precisamos estar preparados para as mudanças que acontecerão a partir da conclusão dessas grandes obras na nossa região. E debates como este, sobre a questão da mobilidade urbana, permite que toda a sociedade tubaronense trabalhe de forma conjunta para encontrarmos a forma mais próxima do ideal que todos queremos para a nossa cidade”, disse Cachoeira.

O secretário de Urbanismo de Tubarão, Vanio Freitas Junior, informou que o Plano Diretor, aprovado em 2013, já contempla uma legislação acerca do sistema de hierarquização viária do município. “E agora buscamos a efetiva elaboração do Plano de Mobilidade Urbana, com um termo de referência praticamente pronto. Em até 60 dias, vamos definir quem fará esse plano, se uma empresa a ser licitada ou a própria Unisul, numa parceria. Definido isso, precisaremos de mais 90 dias para a execução do plano. E esse debate promovido pela Fecomércio e pelo Sindilojas é importante, porque o Plano de Mobilidade já prevê essa participação da sociedade. Essas discussões têm que ser mais frequentes. Para ele ser efetivo, para que sirva de parâmetro para o desenvolvimento do município, o Plano de Mobilidade Urbana necessita da participação de toda a sociedade”, disse.

De acordo com o coordenador do curso de Arquitetura da Unisul, Rodrigo Althoff, a principal dificuldade enfrentada pelos municípios para a execução de seus planos de Mobilidade Urbana é a falta de recursos. “Nós, urbanistas, ficamos muito satisfeitos quando o governo federal e o Congresso promulgaram a Lei 1257. Isso foi muito importante, porque obriga os executivos de municípios com mais de 20 mil habitantes a contratarem equipes técnicas e elaborarem seus planos de Mobilidade. O problema é que as prefeituras, e essa dificuldade encontramos em todos os municípios que compõem a Amurel (Associação dos Municípios da Região de Laguna), não têm capacidade financeira para contratarem essas equipes, porque precisam gastar com saúde, educação, pagar a folha, atender à lei de responsabilidade fiscal, etc. Por isso, muitas vezes, esse plano é inexequível. Acho que a bandeira mais importante, que nós urbanistas e cidadãos precisamos lutar, é pela revisão do pacto federativo. Não é separar Nordeste do Sul ou do Norte, a parte mais rica ou a mais pobre do Brasil. Hoje em dia, 60% da receita de todos os impostos gerados ficam com a União, 23% vai para o Estado, e apenas 17% ficam nos municípios, que é onde a renda é gerada, onde a população vive. Então, rever o pacto federativo significa inverter esses percentuais. Essa é a solução para melhorar a qualidade de vida nas cidades”, afirmou Althoff.

Pesquisa

Divulgada pela Fecomércio em janeiro deste ano, a Pesquisa de Mobilidade Urbana de Santa Catarina revelou que a perda da qualidade da mobilidade, principalmente nos maiores municípios do Estado, está paradoxalmente relacionada à elevação de 55,37%, na década de 2000 a 2010, da renda familiar. A diminuição da desigualdade possibilitou a dinamização do mercado interno e a ampliação da capacidade de consumo das famílias. De acordo com Luciano Córdova, da assessoria Econômica da Fecomércio, e Daniele Cruz, da Divisão de Mercado da entidade, a expansão do crédito para aquisição de automóvel foi de 775% no período. Com isso, o percentual de domicílios catarinenses com automóveis subiu de 46%, em 2000, para 61%, em 2010. Na Região Sul, o aumento foi de 14,38 pontos percentuais. Em Tubarão, 65% dos domicílios tinham automóveis em 2010, e, na relação de carros por 100 habitantes, a cidade ficou com 34,5, acima da média estadual de 30,6 carros por 100 habitantes.

Quanto à mobilidade, o município de Capivari de Baixo, vizinho de Tubarão, tem um dos mais altos percentuais (41,7%) de pessoas que trabalham em outra cidade. Em Tubarão, que de acordo com, o Censo em 2014 tinha 102.087 habitantes, apenas 1,08% da população leva mais de uma hora para ir de casa para o trabalho, 6,16% leva entre meia hora e uma hora, e 92,77% levam até meia hora. Mesmo assim, os principais problemas de mobilidade são os engarrafamentos na região central e no acesso às pontes que cruzam o Rio Tubarão, a escassez de estacionamentos, a supervalorização do uso do automóvel, até mesmo para curtas distâncias, necessidade de manutenção das calçadas, falta de bicicletário e estímulo ao uso das ciclovias, escassez de linhas e estrutura precária de terminais e pontos de ônibus.
 

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