Níveis elevados da inflação em outubro impactam no comércio e serviços

Atualizado em 10 novembro, 2015

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou outubro com alta de 0,82%, 0,28 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de 0,54% registrada em setembro. Este resultado é o mais elevado para os meses de outubro desde 2002, quando atingiu 1,31%. Com isto, o acumulado no ano de 2015 ficou em 8,52%, acima dos 5,05% de igual período de 2014 e o mais elevado para o período de janeiro a outubro desde 1996 (8,70%). Nos últimos doze meses, o índice foi para 9,93%.

Os níveis elevados da inflação de outubro impactam no comércio e serviços, visto que corrói o poder de compras das famílias e prejudica as vendas no setor.  Isso se expressa na redução do salário real, que entre setembro deste ano e setembro de 2015 retraiu 4,3% “O reajuste da gasolina autorizado no fim de setembro, a desvalorização do real, além do aumento do IPI para as bebidas e a sazonalidade dos alimentos in natura, como é o caso do alho que chegou a subir 4,12% em outubro, que apresenta elevação de preços neste período do ano, contribuíram para a alta do índice no mês passado”, de acordo com o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt.

Os combustíveis detêm parte significativa das despesas das famílias, com 4,89% de peso no IPCA, liderando o ranking dos principais impactos em outubro. Mais caros em 6,09%, os combustíveis ficaram com 0,30 p.p., respondendo por 37% do resultado do índice.

Alimentação e Bebidas (0,77%) foi grupo que apresentou a segunda maior alta no índice do mês. Nos itens de despesas com Habitação (0,75%), o botijão de gás ficou 3,27% mais caro, após ter subido 12,98% em setembro. Com isto, nestes dois meses, o GLP para uso residencial apresenta aumento de 16,67% nos pontos de distribuição ao consumidor, consequência do reajuste de 15% autorizado pela Petrobrás nas refinarias, com vigência a partir do dia primeiro de setembro.

Considerando os demais grupos de produtos e serviços pesquisados, os destaques ficaram com os seguintes itens: excursão (2,70%), plano de saúde (1,06%), empregado doméstico (1,03%), telefone fixo (0,86%) e celular (0,50%).

Na telefonia fixa, a variação de 0,86% no valor das contas reflete aumentos entre 5,50% e 7,20% ocorridos sobre as tarifas de fixo para móvel em 02 de outubro. Quanto à telefonia celular, a variação de 0,50% se deve a reajuste praticado por uma das operadoras.

A tendência é que a inflação continue elevada nos próximos meses. A perspectiva de mais aumentos da já elevada carga tributária brasileira para fechar as contas públicas deve trazer novas pressões aos índices de preços, conforme alerta Breithaupt. 

"Só a volta da CPMF, cujo seu efeito é em cascata e altamente regressivo, é capaz de elevar os custos de toda a cadeia produtiva, pressionando os preços para o consumidor final. Assim, as altas taxas de juros devem continuar onerando o setor produtivo à medida que limita o acesso ao crédito e o principal instrumento utilizado pelo governo para tentar controlar os preços”, finaliza.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC apresentou variação de 0,77% em outubro e ficou 0,26 p.p. acima do resultado de 0,51% de setembro. Com isto, o acumulado no ano fechou em 9,07%, bem acima da taxa de 5,02% relativa à igual período de 2014. Considerando os últimos doze meses, o índice está em 10,33%, bem próximo dos 9,90% relativos aos doze meses anteriores. Em outubro de 2014 o INPC foi 0,38%.

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