Confiança das famílias catarinenses cai pela primeira vez em 2016
Depois de dois meses de ligeira alta, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) catarinenses caiu -0,9% no mês de março, mas manteve-se acima dos 100 pontos (101,2), em uma escala que vai de 0 a 200 pontos. No entanto, na comparação anual a queda foi de -16,7%. O índice no país também teve o primeiro recuo de 2016 neste mês (1,6%), ficando em 77,5 pontos, com contração de 29,9% no ano.
A pesquisa da Fecomércio SC cruza dados sobre emprego atual, perspectiva profissional, renda, acesso ao crédito, nível e perspectiva de consumo e momento para duráveis para medir a avaliação das famílias sobre sua condição de vida e a propensão ao consumo.
“Os indicadores Renda, Acesso ao crédito, Nível de consumo e Momento para Duráveis apresentaram queda em março, já os de mercado de trabalho e perspectiva de consumo tiveram recuperação, o que permite a leitura de que a confiança está estritamente ligada à estabilidade do quadro político e econômico. Como a desaceleração da renda e do emprego é a menor do país, existe um horizonte de retomada em Santa Catarina em médio prazo: com a inflação menor e estabilidade nos níveis de juros, as famílias terão novamente poder de compra e acesso ao crédito, reaquecendo a economia”, avalia o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt.
Os resultados negativos do acesso ao crédito revelam que as condições de pagamento das contas estão debilitadas devido às altas taxas de juros e ao elevado comprometimento da renda com dívidas, o que impacta diretamente no nível de consumo atual, especialmente de bens duráveis. Mesmo com a elevação mensal na perspectiva de consumo (1,3%), o subíndice encontra-se no patamar mais baixo (47,7 pontos) do ICF. O resultado deste pessimismo pode ser visto na queda de 4,4% no volume de vendas em janeiro, no acumulado de 12 meses, segundo dados do IBGE.
