Consumidor mantém pé no freio, sinaliza pesquisa da Fecomércio SC
A retração na economia brasileira vem sendo refletida no comportamento do consumidor no Estado. Segundo a pesquisa que mede o Índice de Confiança da Família (ICF-SC) do mês de abril, os indicadores tiveram uma queda tanto na comparação mensal (-3,9%), quanto na anual (-12,6%), registrando o nível mais baixo da série histórica iniciada em janeiro de 2010.
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O ICF cruza os dados que tratam do emprego e perspectiva profissional, renda atual, acesso ao crédito, nível e perspectiva de consumo e o momento para bens duráveis- como, por exemplo, a compra do carro. A maioria ficou abaixo dos 100 pontos, em uma escala que vai de 0 a 200. Com exceção do emprego atual (123,8) e da renda atual (164,6) – único indicador com variação positiva na comparação mensal (1,3%), como em relação ao mesmo período de 2015 (1,6%).
Consumo
A perspectiva de consumo das famílias registrou uma elevada queda (37%) chegando em 40,9 pontos – em uma escala até 200. Na avaliação Fecomércio SC, o baixo desempenho do indicador está associado à inflação elevada, deterioração na qualidade o emprego e as incertezas no cenário político, somada a percepção dos consumidores de que a crise vai se estender ao longo de 2016. Nesse cenário de instabilidade econômica, o acesso ao crédito se mantém restrito. O indicador apresentou uma leve alta no mês (0,7%), mas comparado ao mesmo período em 2015, o resultado teve uma forte queda (-26,7%), se mantendo pela nona vez consecutiva abaixo dos 100 pontos: 88,7.
Na avaliação do presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt, a persistente inflação e o longo desequilíbrio fiscal provocam uma elevação na taxa de juros, retraindo o consumo, que já é sentindo no comércio catarinense.
“As decorrentes elevações nas taxas de juros- principalmente do cartão de crédito (447%a.a) – retrai o acesso ao crédito diminuindo o consumo e a confiança do consumidor na hora da compra", afirma Breithaupt.
Apesar dos números negativos apresentados na pesquisa, dois indicadores – emprego e renda – estão em posição positiva no estudo. Com o desemprego em baixa no Estado, a confiança dos consumidores em torno da renda é elevada, assegurando que Santa Catarina sairá desse cenário de baixo crescimento antes que os outros estados.
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