PESQUISA
Mudança no perfil de turistas dinamizou Oktober em 2016, aponta pesquisa da Fecomércio SC
Casais, famílias, faixa etária mais alta e público-alvo exigente. A mudança no perfil das pessoas que frequentaram a 33ª edição da Oktoberfest durante os 19 dias de festa impactou na economia e revelou um novo comportamento de consumo na maior festa alemã das Américas. O “retrato” destes turistas – que representam 58% do público, acima de 42% dos visitantes locais – é de adultos jovens, entre 26 a 35 anos (39,6%), casados ou em união estável (49,2%) e das classes B e C, de acordo com a Pesquisa da Oktoberfest 2016, realizada pela Fecomércio SC desde 2011 e apresentada esta semana em Blumenau.
“A avaliação positiva deste ano indica que o público de cerca de 530 mil pessoas pode ser ainda maior nas próximas edições: 96,8% dos visitantes afirmaram que pretendem voltar à Blumenau para prestigiar a Oktoberfest. A pesquisa trouxe importantes indicadores que podem balizar as decisões dos empresários e da própria organização da festa para atender este público cada vez mais exigente”, pontua Bruno Breithaupt, presidente da Fecomércio SC.
Os jovens de 18 a 25 anos, que correspondiam a 29,5% em 2011, hoje são 13,5%. Já a faixa etária de 36 a 45 anos subiu de 13,8% para 22,3%. Pela segunda vez consecutiva, os solteiros ficaram atrás dos casados. Em 2011 eram a maioria (60%); em 2016 representam 44,4%.
A renda média familiar mensal, que aponta o poder de compra, também mudou: a classe C2 (R$ 1.510 a R$ 4.007) passou de 9,9% para 19,2% e as Classe C1 (R$ 4.008 a R$ 6.506) e B (de R$ 6.507 a R$ 12.479) permaneceram com participação significativa.
Se antes o público masculino (64%) superava o feminino (36%), atualmente esta equação é equilibrada: 50,5% e 49,5%, o que reafirma a vinda de casais. O indicador ‘grupo de viagem’ também mostra que a presença de turma de amigos (35,3%) se mantém superior aos demais, mas vem caindo na série histórica, dando lugar às famílias (30,1%) e casais (26,6%), que juntos somam 56,4%.
Os turistas vindos de outras regiões de Santa Catarina representam 36,2% dos frequentadores, seguidos pelos paulistas (19,9%) e os mineiros (9,1%), que neste ano superaram aos fluminenses (8,5%).
Repercussão positiva
Mais da metade das pessoas (56,9%) estava na festa pela primeira vez, o que mostra a renovação do público e a efetividade na divulgação da festa. Já 43,1% afirmaram terparticipado do evento outras vezes, sinalizando um percentual de fidelização.
Além de curtir a festa dentro da Vila Germânica (98,3%), os turistas também aproveitaram para apreciar a gastronomia típica (60,2%) e os desfiles (37,3%).
Os principais atrativos do evento, segundo eles, foram as manifestações culturais germânicas (37,8%), bebidas (30,9%) e a gastronomia (12,2%). Os três quesitos também são considerados peças-chave para o sucesso de público e crítica da festa, de acordo com o secretário de Turismo de Blumenau e presidente do Parque Vila Germânica, Ricardo Stodieck.
“Os resultados da pesquisa nos mostram que é exatamente este tipo de festa que o turista e o blumenauense querem. Então, estamos no caminho certo. Consolidamos a Oktober no calendário do turismo como uma festa tradicional, voltada à família e à cultura germânica”, afirma. Segundo Stodieck, a festa impulsiona toda a economia catarinense, visto que os turistas também aproveitam a estada para visitar os pontos turísticos da região e participar de outras festas.
Um dos atributos melhor pontuado foi a “Infraestrutura na Vila Germânica”, com média de 9,41. Já a menor nota foi para os “Preços dos ingressos e dos produtos na Vila”, com 7,59.
Impactos para empresários
Embora o comércio tenha sofrido queda nas vendas – o faturamento encolheu tanto nos shoppings (-4,4), como no comércio de rua (-1,5%) – o setor hoteleiro viveu um dos melhores anos. Com ocupação de 91,6% dos leitos nos fins de semana, que representa aumento de 3,3 pontos percentuais em relação a 2015, o setor teve crescimento de 3,9% no caixa.
Na comparação com o período anterior à Festa, o aumento do faturamento foi de 23,2%, puxado principalmente pela Vila Germânica (78,9%) e hotéis e pousadas (54,2%).
A pesquisa foi realizada com 895 turistas e 357 estabelecimentos comerciais de Blumenau entre os dias 24 e 26 de outubro. Além das entrevistas foram feitas quase 600 intervenções rápidas nas catracas de entrada para traçar um retrato dos participantes.