Players compartilham lições de como enfrentaram turbulências econômicas em 2016
Painel da Fecomércio SC reuniu Aurora, Grupo Nostra Casa e Shopping Pátio Chapecó para debater desafios e oportunidades
Enquanto boa parte dos catarinenses enfrenta uma recessão que vem balançando o mercado de trabalho e o faturamento das empresas, Chapecó vive em uma espécie de “ilha de prosperidade”. Pelo menos esta é a impressão ao ouvir três players no Painel do Comércio, promovido pela Fecomércio SC nesta semana em Chapecó, com a presença do Shopping Pátio Chapecó, Cooperativa Aurora e o Grupo Nostra Casa.
Os representantes das três empresas vencedoras do Top of Mind contaram como lidaram com os desafios da economia em 2016 e quais as perspectivas para o próximo ano. Uma lição é unânime: a pujança do agronegócio ajuda a manter a engrenagem da economia local, direta e indiretamente. O setor forte fomenta emprego e renda da população, dinamizando assim todo o mercado interno.
Os números apresentados por Isabel Cristina Trierveiler Machado, gerente de comunicação social da Cooperativa Aurora, impressionam: a empresa registrou receita bruta de R$ 7,6 bilhões em 2015, com expectativa de ultrapassar R$ 8 bilhões neste ano, e geração de R$ 987 milhões em ICMS. Com 13 cooperativas filiadas em quatro estados, conta com 70 mil associados e cerca de 26 mil colaboradores. “O aumento nos custos de produção e a instabilidade da economia devem impactar no resultado líquido final. 2016 foi um ano de apertar o orçamento e segurar os investimentos, mas preservamos os empregos”, afirmou.
A redução da massa salarial de 2015 para cá impactou no poder de compra das famílias, mas a estabilidade nos índices de emprego permitiu que a economia continuasse dinâmica. O oeste é região que mais criou empregos em Santa Catarina. De janeiro a outubro de 2016 foram quase dois mil postos formais de trabalho, segundo informações do Ministério do Trabalho.
“Com a perda do poder aquisitivo dos consumidores, a solução foi investir em marketing de relacionamento, ter um mix variado de lojas e principalmente profissionalizar os lojistas para melhorar a experiência de compras”, pontuou o gerente geral do Shopping Pátio Chapecó, José Maila. Inaugurado em 2010, o empreendimento já passou por quatro expansões e hoje responde por 1100 empregos diretos e três mil indiretos. De acordo com o empresário, os eventos realizados no shopping, como os desfiles da coleção outono/inverno e o circuito de vôlei de praia, o segundo maior investimento depois do Natal, também foram estratégicos para manter o fluxo de visitantes durante este ano conturbado.
Segundo a coordenadora de marketing do grupo Nostra Casa, Naiara Atayde, o mercado imobiliário também sentiu o baque nos negócios neste ano, especialmente no setor de locação por conta fechamento de salas comerciais, mas nada que impedisse voos altos em 2017. Com 36 anos de história, o Grupo prevê reestruturação da marca e o lançamento de um empreendimento para marcar o centenário da cidade. “Investir na cidade é um dos princípios da empresa, por isso estamos também requalificando os espaços públicos com adoção de praças. O Grupo sempre teve forte ligação com Chapecó e busca associar sua marca e identidade ao município”, comenta.
Chapecó atrai olhar dos argentinos
Foi o vigor da economia chapecoense, mesmo em tempos de turbulência, que atraiu a Câmara de Comércio Argentina- Santa Catarina para o Oeste, segundo o presidente da Fecomércio, Bruno Breithaupt. Na última segunda- feira (21) foi assinado protocolo para instalação da representação da Câmara na cidade, em uma iniciativa do Sindicato do Comércio da Região de Chapecó (Sicom) e o Consulado da Argentina em Santa Catarina. “O Oeste parece estar à margem e ter sofrido menos impacto da recessão se levarmos em conta a alta nos indicadores de confiança, emprego e consumo de Chapecó. A matriz agro é vital para o desenvolvimento regional, mas temos muito potencial ainda a ser explorado no turismo. A Câmara vem para dinamizar este setor e facilitar o comércio bilateral”, pondera.
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