Gasto médio das compras de Natal cresce 20% em Santa Catarina

Atualizado em 27 dezembro, 2017

 Apesar do aumento, comércio teve queda no volume de vendas quando comparado a 2015

A data mais importante do ano para o comércio não se converteu em bons negócios aos empresários do setor no estado, conforme a pesquisa de resultado de vendas de Natal realizada pela Fecomércio SC e a Federação das CDLs de Santa Catarina. O estudo apontou um recuo no faturamento de 9% em relação ao mesmo período de 2015 – mas em comparação aos meses anteriores houve um incremento nas vendas de 16,9%, representando uma reação na economia, mesmo que tímida. Apesar do saldo negativo nas vendas, o gasto médio por compra aumentou de R$ 198,56 em 2015 para R$ 238,44 – alta de 20%.

Leia a Pesquisa de Resultado de Vendas

“As vendas de Natal, tão esperadas pelo comércio, abrandaram a crise econômica que nos assombrou ao longo de 2016. Ainda que não seja expressivo, o incremento nas vendas oportuniza um novo fôlego ao empresário e sinaliza que o consumidor está retomando aos poucos o consumo, embora cauteloso. Para 2017, com juros e inflação menor é possível esperar um melhor ano para o comércio”, pondera o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt. “A opção pelas compras à vista mostra que os catarinenses evitaram o endividamento. E a recuperação do varejo prossegue dependente da oferta de emprego e da redução das taxas de juros”, considera o empresário Ivan Tauffer, presidente da FCDL/SC.

Na hora do pagamento mais da metade dos consumidores escolheram a opção à vista (53,1%), utilizando dinheiro em 21,4% dos casos ou usando o cartão de crédito (18,5%). Apenas 13,2% das compras foram pagas no cartão de débito. Quem optou pelo parcelamento escolheu o cartão de crédito (39,4).

Vagas Temporárias

Para o mercado de trabalho há uma expectativa que a data impulsione novas contratações no setor. Em 2016, 31,5% das empresas abriram vagas temporárias, número maior que em 2015 durante o mesmo período, quando foi registrado 30,1%. O acréscimo no número de vagas não refletiu no ritmo de admitidos pelo comércio. Se em 2015 a média atingiu 5,02 colaboradores por empresa do varejo, em 2016 os empresários apostaram menos e a média não ultrapassou 3,7 funcionários temporários por estabelecimento.

A pesquisa ouviu empresários do comércio das cidades de Blumenau, Chapecó, Criciúma, Florianópolis, Joinville, Lages e Itajaí entre os dias 26 e 29 de dezembro 2016.

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Comportamento dos consumidor

Outro estudo produzido pelas duas Federações, logo após a data, é realizado com parte dos consumidores já entrevistados para avaliar sua experiência de compra. Os dados mostram que 84,1% deles a efetivaram. No entanto, o percentual de desistência cresceu – caindo de 7,2% em 2015 para 15,9%. O recuo pode ser explicado pela retração na economia, endividamento familiar, desemprego e queda na renda, o que dificulta o acesso ao crédito e deixa o consumidor mais cauteloso na hora de decidir pelo gasto. A instabilidade financeira também impactou na quantidade de presentes.

Se em 2015 a média alcançou 5,75, no Natal de 2016 não passou dos 5,45 por cliente. A tendência pela escolha de presentear com vestuário (41,2%), brinquedos (21,8%) e calçados (12,5%) foi mantida em 2016. Já no gasto médio, destacam-se os celulares/smartphones (R$ 1.122,58) e os eletrônicos em geral (R$ 750,74). Apesar de estarem no topo da lista de presentes mais comprados, os itens de vestuário amargaram um recuo de 43,9% no valor do gasto médio.

O comércio de rua continua sendo o local preferido para o período, com 66,9% das escolhas. Os shopping centers permaneceram em segundo lugar, mas perderam espaço: em 2015 foram a opção para 29% dos consumidores e em 2016 caiu para 23,4%. E o comércio eletrônico vem crescendo como opção, de 3% em 2015 para 4,8% no ano passado.

Assim como em 2015, as características dos produtos (8,9) e o local da compra (8,7) foram os atributos mais importantes considerados na decisão de consumo. Chama atenção o aumento significativo da influência do preço na hora da compra de 7,5 pontos, em 2015, para 8,4 em 2016, muito pelo fator econômico que freou o consumo nos gastos de Natal.

O empresário catarinense está atento para o bom atendimento prestado. Este ano todos os três atributos avaliados pelo consumidor registraram alta: cordialidade do atendente (8,74) clareza das informações (8,32) e agilidade (8,36). No total, o atendimento no comércio catarinense recebeu uma ótima avaliação dos clientes (8,47).

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