Carne Fraca: mercado requer cautela, rigor e agilidade na investigação das denúncias
Entidade alerta para impacto em todos elos da economia
Diante das denúncias da Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal na última sexta-feira, a Fecomércio SC está vigilante quanto às possíveis consequências para os setores do comércio, serviços e turismo de Santa Catarina. A Federação cobra respostas rápidas das autoridades competentes para minimizar os impactos em toda a cadeia produtiva da carne, desde a produção à exportação, e nos outros segmentos que poderiam ser indiretamente afetados, além de punição às ações criminosas praticadas por parte dos fiscais do Ministério da Agricultura e funcionários de alguns dos principais frigoríficos do Brasil.
“Solucionar e esclarecer a questão o quanto antes deve ser prioridade número 1 das autoridades. Neste momento crítico é necessário ter fiscalizações ainda mais rigorosas em todas as etapas do processo produtivo de carnes, evitando que os atos ilícitos prejudiquem quem produz e comercializa de forma correta, atendendo às normas sanitárias e respeitando o consumidor e a saúde pública. Não podemos deixar que uma fração de irresponsáveis coloque em xeque a qualidade da proteína animal produzida no país, comprometendo tanto o desenvolvimento da indústria e da agricultura do Brasil, quanto o comércio desses itens, por conta da redução nas vendas ou fechamento de mercados para produtos que, comprovadamente, apresentarem plena conformidade e excelência no padrão de consumo”, avalia o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt.
O presidente frisa que o Estado é referência nacional e internacional na produção e comercialização de proteína animal em razão do status sanitário diferenciado conquistado nas últimas décadas. “A qualidade de nossa carne é reconhecida mundialmente: somos um estado livre de febre aftosa sem vacinação e certificado pela OIE como zona livre de peste suína clássica, o que nos permitiu entrar nos mercados mais exigentes do mundo, com rigorosos padrões de fiscalização. Mais de 100 mil empregos dependem direta e indiretamente desta cadeia produtiva”, pontua.
Em 2016, o estado exportou 274,1 mil toneladas de carne suína, o que rendeu US$ 555,2 milhões. Isso corresponde a 38% das exportações brasileiras desse tipo de produto. Os números são ainda mais excepcionais no setor de aves: 1 milhão de toneladas, que renderam US$ 1,7 bilhões em 2016. Cerca de 53% da produção é destinada ao mercado interno.