Queda na inflação começa devolver poder de compra aos consumidores

Atualizado em 28 junho, 2018

IPCA de abril teve variação de 0,14%

A inflação brasileira manteve a trajetória de queda em abril, no acumulado de 12 meses, com a queda da demanda do consumidor e a desaceleração no preço dos alimentos. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve variação de 0,14%, ficando 0,11 ponto percentual (p.p.) abaixo dos 0,25% de março. Com isso, o resultado no ano está em 1,10%, frente aos 3,25% do mesmo período em 2016. Nos últimos doze meses, o índice caiu para 4,08%, abaixo do mês anterior (4,57%), constituindo-se na menor taxa desde julho de 2007 (3,74%).

A redução na taxa do IPCA veio das contas de energia elétrica, que recuaram 6,39%, e dos combustíveis, cujos preços caíram 1,95%. Responsável pela significativa parcela de 3,5% da despesa das famílias, a energia representou o maior impacto no ranking do mês (-0,22 p.p.). Os combustíveis, que representam 5% dos gastos, tiveram variação de -0,10 p.p.

De acordo com o economista da Fecomércio SC, a queda sucessiva na inflação pode possibilitar maior gasto do consumidor e auxiliar no processo de recuperação do comércio, que já vem sendo observada desde o final do ano passado. “Para o decorrer de 2017, espera-se que a inflação continue em queda, mantendo-se abaixo da meta de 4,5%. Este movimento trará mais reduções da taxa básica de juros nas próximas reuniões do COPOM, permitindo maior expansão do crédito, outro elemento dinamizador do consumo”, afirma.

Conforme o economista, a queda de 6,39% no item energia elétrica foi influenciada por descontos aplicados sobre as contas por decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para compensar os consumidores pela cobrança indevida – em 2016, foi cobrado o Encargo de Energia de Reserva (EER) destinado a remunerar a usina de Angra III. Em abril, também foi introduzida a bandeira vermelha em substituição à amarela, trazendo um acréscimo de R$ 3,00 a cada 100 kwh, ao invés de R$ 2,00.

Entre os grupos em alta está a Saúde e Cuidados Pessoais (1,00%), com os medicamentos na liderança dos principais impactos neste índice. Os preços aumentaram 1,95% no mês, gerando variação de 0,07 p.p. Com o reajuste anual que passou a valer a partir de 31 de março, os preços variaram de 1,36% a 4,76%, conforme o tipo do medicamento.

Em Alimentação e Bebidas a variação foi de 0,58%, com aumento nos preços de vários produtos, como tomate (29,02%) e batata-inglesa (20,81%).

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC apresentou variação de 0,08% em abril e ficou abaixo da taxa de 0,32% de março em 0,24 p.p. No acumulado dos últimos doze meses, o índice desceu para 3,99%, ficando abaixo dos 4,57% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em abril de 2016, o INPC registrou 0,64%.

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