Apesar da queda de 1%, juros elevados congelam consumo e investimentos

Atualizado em 02 junho, 2017

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu reduzir a taxa básica de juros da economia (Selic) em 1,0 ponto percentual, passando de 11,25% para 10,25%. Ainda que o ciclo de baixa dos juros tenha começado, a taxa básica encontra-se em nível elevado. Como a Selic baliza todos os juros da economia, a alta encarece o crédito ao consumidor e às empresas, além de inibir as compras e o investimento.

 “Temos os maiores juros do mundo, o que interfere no próprio sucesso do atual reajuste econômico. A taxa elevada impacta negativamente no estoque da dívida pública, pois é a remuneradora dos títulos de curto prazo do governo. Assim, o esforço fiscal necessário para estabilizar a trajetória da dívida se eleva”, explica o economista da Fecomércio SC, Luciano Córdova.

Em abril de 2017, o cheque especial atingiu juros de 328% a.a. e o rotativo do cartão de crédito 422 %a.a. A taxa média de juros para pessoa física chegou aos 38,6% a.a. e a variação real do saldo da carteira de crédito foi de -0,3%, segundo o Banco Central.

A redução da taxa básica de juros parte do entendimento de que a inflação entrou numa trajetória de queda, principalmente pelo recuo dos preços dos alimentos e dos serviços. Em abril, a inflação calculada pelo IPCA foi de 4,08%, abaixo do centro da meta de 4,5%.

Segundo o presidente da Federação, Bruno Breithaupt, o maior controle da inflação não pode ser feito através de juros elevados. “Esta medida prejudica o setor produtivo ao onerar o consumidor e os empresários em suas decisões de investimento e consumo. Dificulta ainda a saída do país do patamar de retração da economia. As reformas tributária e trabalhista, capazes de incentivar a produtividade, seriam muito mais efetivas para combater os dois problemas: retração econômica e inflação”, comenta.

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