Selic atinge menor nível desde 1999

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu reduzir a taxa básica de juros (Selic) de 7,5% para 7,0%. Este é o menor nível desde a adoção do regime de metas de inflação, em 1999. A queda de 0,5 ponto percentual é expressiva na comparação com o ano passado, quando estava em 14,25%, mas a taxa ainda é bastante alta em relação a outros países,

A taxa baliza todos os juros da economia: por estar em queda pode reduzir o custo do crédito ao consumidor e às empresas, impactando diretamente no bolso do brasileiro, do empréstimo pessoal às compras parceladas.

A redução da Selic parte do entendimento de que a inflação entrou numa trajetória de queda, principalmente pelo recuo nos preços dos alimentos e dos serviços. Em novembro, a inflação calculada pelo IPCA ficou em 2,7%, abaixo do centro da meta de 4,5%.

Conforme o economista da Fecomércio SC, Luciano Córdova, ainda que os juros tenham atingido a mínima histórica, a taxa permanece em um nível muito elevado, afetando no próprio sucesso do ajuste econômico no país e o setor produtivo. “A taxa Selic elevada impacta negativamente no estoque da dívida pública, pois é a remuneradora dos títulos de curto prazo do governo. É necessário reduzi-la ainda mais. Para tanto, a reforma da previdência torna-se essencial para o equilíbrio das contas públicas. Sem ela, vem o risco da insolvência fiscal e, com isso, os juros no Brasil continuarão sendo os maiores do mundo”,pontua.

O atual nível de juros imobiliza o setor produtivo ao encarecer o custo das operações, que inviabiliza novos investimentos e represa a abertura de vagas de emprego, dificultando ainda mais a saída do país do patamar de baixo crescimento. Outras medidas, como uma Reforma Tributária, seria mais efetiva para estimular a produtividade brasileira.