ECONOMIA

Inflação acumulada no ano foi a menor para abril desde implantação do Real

Atualizado em 10 maio, 2018

A inflação brasileira apresentou leve alta em abril, mas está abaixo do piso da meta estipulada pelo Banco Central de 3,0% pelo 10º mês consecutivo na comparação acumulada em 12 meses. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 0,22% no mês, 0,13 ponto percentual acima do resultado de março (0,09%).

O acumulado no ano foi de 0,92%, o menor nível para abril desde a implantação do Plano Real. O acumulado dos últimos 12 meses ficou em 2,76%, depois de registrar 2,68% no período imediatamente anterior. Em abril de 2017, o IPCA havia atingido 0,14%. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foi de 0,21%, com o acumulado do ano ficando em 0,69%, também o menor nível para um mês desde 1994. No mesmo período do ano passado, o INPC registrou 0,08%.

Este resultado aponta que o volume de vendas no país ainda está reduzido, mantendo o faturamento dos empresários reprimido. “O desemprego elevado e as altas taxas de juros também explicam essa inflação baixa. A Selic poderia ter seu ritmo de queda mais acentuado para provocar maior expansão do crédito, reativando a demanda, o emprego e o crescimento econômico, reposicionando, por fim, a inflação dentro da meta”, analisa o economista da Fecomércio SC, Luciano Córdova.

Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas Comunicação apresentou deflação em abril, com variação de -0,07%. Transportes, com variação de 0,00%, mostrou, na média, estabilidade nos preços de março para abril. Já os demais grupos vieram com alta, variando de 0,08% a 0,91%.

O grupo Saúde e cuidados pessoais teve a maior variação (0,91%) e a maior contribuição (0,11 p.p.) no mês, respondendo por metade do IPCA de abril, com destaque para remédios (1,52%) e plano de saúde (1,06%). Os medicamentos refletem o reajuste anual que passou a valer a partir de 31 de março, variando entre 2,09% e 2,84%, conforme o tipo de medicamento.

No grupo dos Transportes (0,00%), as altas do conserto de automóvel (1,31%) e da gasolina (0,26%) compensaram as quedas do etanol (-2,73%) e das passagens aéreas (-2,67%), levando o grupo a apresentar, na média, estabilidade nos preços de março para abril.

Alimentação segura inflação

Os alimentos registraram alta de 0,09% em abril, sendo que os consumidos no domicílio aceleraram de março (-0,18%) para abril (0,27%) e a alimentação fora do domicílio registrou queda de 0,22%, frente à alta de 0,52% de março. Tal movimento foi impulsionado pela refeição fora (de 0,62% em março para -0,55% em abril).

Responsáveis por um quarto do IPCA, os alimentos ainda estão apresentando valores baixos e contribuíram para a manutenção da inflação em número reduzido. No que diz respeito ao INPC, a alimentação tem um impacto ainda maior, pois leva em consideração famílias que ganham até 5 salários mínimos (o IPCA calcula a variação de preço de famílias que recebem até 40 salários mínimos). Por isso, o INPC fechou o mês níveis menores que o IPCA.

 

 

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