ECONOMIA

Alta da inflação em maio é influenciada pela energia elétrica e aumento no preço do combustível

Atualizado em 12 junho, 2018

A inflação brasileira apresentou leve alta em maio, mas ainda está abaixo do piso da meta estipulada pelo Banco Central de 3,0% na comparação acumulada em 12 meses. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 0,40%, 0,18 ponto percentual acima da taxa de 0,22% registrada em abril. O acumulado no ano (1,33%) foi o menor para um mês de maio desde a implantação do Plano Real. O acumulado nos últimos 12 meses subiu para 2,86%, enquanto havia registrado 2,76% no período imediatamente anterior.

A alta mensal foi influenciada pela elevação do preço da energia elétrica, decorrente da mudança da bandeira tarifária, e pelos aumentos sucessivos do combustível, que resultou na paralisação dos caminhoneiros e no consequentemente aumento dos itens de alimentação.

O grupo Habitação apresentou a maior variação (0,83%), representando 0,13 p.p. do IPCA. A energia elétrica, após a alta de 0,99% registrada em abril, subiu 3,53% em maio, correspondendo a 0,12 p.p. no índice do mês. Já o grupo Alimentação e Bebidas apresentou alta de 0,32%. Impactos relevantes no índice vieram também do grupo dos Transportes (0,40%). De um lado, a gasolina com alta de 3,34% (0,15 p.p. de impacto) e, do outro, as passagens aéreas (-14,71% e -0,05 p.p.). Ainda nesta balança, o óleo diesel apresentou alta de 6,16% e 0,01 p.p. de impacto, ante a alta de 1,84% de abril. Já o etanol, que em abril registrou queda de 2,73%, permaneceu na mesma trajetória com os preços, em média, 2,80% mais baratos.

Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas Artigos de residência (-0,06%) apresentou deflação no mês. Os demais variaram entre 0,06% de Educação e 0,83% de Habitação.

Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) apresentou variação de 0,43% em maio e ficou 0,22 p.p. acima da taxa de 0,21% de abril. O acumulado no ano registrou 1,12%- o menor nível em um mês de maio desde 2000 (0,83%). O acumulado dos últimos doze meses foi de 1,76%, ficando acima do 1,69% registrado nos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio de 2017, o INPC havia sido 0,36%.

De acordo com o economista da Fecomércio SC, Luciano Córdova, o nível da inflação resulta das vendas ainda reduzidas no varejo nacional. “Este fato não deve ser comemorado, pois mantém reprimidos os lucros dos empresários. O desemprego elevado e as altas taxas de juros explicam essa inflação baixa. Nesse sentido, a taxa básica de juros poderia ter seu ritmo de queda mais acentuado para provocar uma maior expansão do crédito, reativar a demanda, o emprego e o crescimento econômico, reposicionando, por fim, a inflação dentro da meta”, avalia.

A expectativa é que a inflação retorne a meta de 4,5% com o processo de recuperação da economia, a partir da retomada gradativa do crédito, emprego, renda e investimentos.

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