Agricultura puxa alta do PIB no primeiro trimestre

Atualizado em 02 junho, 2017

O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,0% no primeiro trimestre de 2017 em relação ao quarto trimestre de 2016, na série com ajuste sazonal, segundo dados publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira (1º). Esta foi a primeira alta da atividade econômica após oito trimestres consecutivos de queda.

Em valores correntes, totalizou R$ 1,6 trilhão. A taxa de investimento neste período foi de 15,6% do PIB, abaixo da observada no mesmo período do ano anterior (16,8%). A Agropecuária teve expansão de 13,4%, a Indústria cresceu 0,9% e os Serviços (0,0%), que inclui o comércio, apresentaram estabilidade.

Na comparação com o mesmo período de 2016, o PIB recuou 0,4%. No acumulado dos quatro trimestres terminados no primeiro trimestre de 2017, o PIB teve queda de 2,3% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores.

Pelo oitavo trimestre seguido, todos os componentes da demanda interna apresentaram resultado negativo na comparação com igual período do ano anterior. De janeiro a março, a Despesa de Consumo das Famílias caiu 1,9% por conta do comportamento dos indicadores de crédito e mercado de trabalho.

A Formação Bruta de Capital Fixo sofreu contração de 3,7% no primeiro trimestre de 2017, a 12ª consecutiva. No setor externo, as Exportações de Bens e Serviços apresentaram crescimento de 1,9%, enquanto que as Importações de Bens e Serviços se expandiram em 9,8% no primeiro trimestre de 2017.

“O resultado do PIB no primeiro trimestre de 2017 é alentador, porém ainda está aquém de apresentar uma tendência robusta de recuperação já que a base de comparação é muito retraída. Além disso, o crescimento de 1,0% foi quase que totalmente puxado pela agricultura, enquanto que os demais setores mais dinâmicos da economia e que empregam mais mão de obra, como a indústria e os serviços, permaneceram praticamente parados. Nesse aspecto, os ganhos sociais dos últimos anos ficam ameaçados, já que o desemprego mantém-se elevado e a renda estagnada”, afirma o economista da Fecomércio SC, Luciano Córdova.

A recuperação econômica sustentável no longo prazo depende de uma série de fatores, entre eles o desendividamento familiar para estimular a retomada do consumo, cuja queda vem prejudicando o comércio. “Isso é um dos fatores que explicam porque a saída desta atual recessão está sendo tão lenta. Nas crises passadas, o endividamento familiar era reduzido. A manutenção da queda das taxas de juros e da inflação também deve impactar na retomada dos investimentos e elevar a renda real da população”, explica.

De acordo com o presidente da Federação, o país precisa de um novo modelo de crescimento baseado em maiores estímulos aos investimentos privados e à atividade produtiva. “Para obter ganhos de produtividade é indispensável elevar a taxa de investimento, que recuou a 15,6% do PIB no trimestre passado. Isso será possível a partir da redução dos custos embutidos na produção através de uma reforma tributária, que simplifica e desburocratiza o imposto do País, e a queda dos custos do transporte e logística no Brasil, além da modernização na legislação trabalhista. O ajuste das contas públicas, principalmente por meio da reforma da previdência, ganha relevância, mas serve apenas para estabilizar a economia ao reduzir o endividamento e tornar viáveis as grandes reformas modernizantes”, pondera Bruno Breithaupt.

Crédito:  Antonio Carlos Mafalda

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