Apesar da crise econômica a confiança das famílias catarinenses se mantém, aponta pesquisa da Fecomércio SC

Atualizado em 10 novembro, 2015

Pesquisa da Fecomércio SC apontou queda na intenção de consumo das famílias catarinenses na comparação mensal e anual, chegando ao mês de outubro no patamar de 103,3 pontos, em uma escala que vai de 0 a 200 pontos. O indicador geral caiu, mas se mantém acima dos 100 pontos, relatando um otimismo tímido do consumidor catarinense, quando se trata de intenções de compras.

"O cliente quer consumir, mas na hora de efetuar a compra as condições de pagamento já não condizem mais com sua situação financeira. Portanto, cabe ao empresário, na medida do possível, buscar alongar os prazos de pagamentos e diversificar seus produtos" explicou Bruno Breithaupt, Presidente da Fecomércio SC.

Apenas três – Nível de Consumo Atual, Perspectiva de Consumo e Momento para Duráveis – dos sete componentes da ICF, tiveram variação positiva em relação a setembro e todos tiveram queda de 27,7% em relação ao ano passado. O estudo apontou uma alta no consumo dos bem duráveis, como a compra de automóveis, por exemplo, (1,5%).

Segundo a Federação muitos fatores contribuem para a queda do consumo das famílias em Santa Catarina. Começando pela alta da inflação que reflete diretamente na diminuição da renda somada com as elevadas taxas de juros, que batem recorde mês após mês, e tornam o crédito mais caro. Além do aumento nas demissões, provocado muito pela retração dos investimentos produtivos.

Nesse cenário, o comércio catarinense sente o impacto na retração de seu volume de vendas, que apresentou os piores resultados desde 2003 no primeiro semestre, mas em julho deste ano já retomou seu ritmo de crescimento, mas ainda abaixo dos resultados registrados em períodos de expansão da economia.

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Restrição ao crédito

A pesquisa do ICF- Fecomércio SC apontou a restrição ao crédito como um dos fatores determinantes para redução do consumo das famílias catarinenses. O acesso ao crédito nos comparativos mensais apresentou uma queda de -4,6%, pequena, se comparado ao ano anterior, que bateu o índice de -36,9%. O resultado negativo no mês revela que as condições de pagamento estão debilitadas, devido às altas taxas de juros e ao elevado comprometimento da renda com dívidas.

Mesmo com previsão de estabilidade na taxa SELIC, os juros ainda serão altos, mantendo assim o crédito restrito, prejudicando especialmente o consumo no Estado, que possui uma economia mais sensível à oferta de crédito, devido a sua forte concentração de recursos financeiros nos bancos e a renda elevada dos catarinenses. Isso dá melhores condições para a economia catarinense voltar a crescer tão logo as taxas de juros reduzirem, enquanto que no resto do país ainda há que se esperar além da redução dos juros, um aumento do emprego e da renda.

Perspectiva Profissional

Em relação ao mês passado, o indicador que mais apresentou retração em outubro foi a perspectiva profissional (-7,6%), a queda também aconteceu na comparação anual com registro de recuo chegando a 10,7%.

Os números demonstram que a taxa de desemprego tenderá a se expandir ainda mais nos próximos meses, somada à redução de vagas de trabalho, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED, o que acaba refletindo negativamente na perspectiva profissional das famílias (84,1).

Diante do quadro os catarinenses estão pessimistas em relação à sua perspectiva profissional, aumentando a insegurança das famílias em relação ao emprego. "A redução dos investimentos empresarias, dada a retração econômica e ao aumento dos impostos, pressiona negativamente a criação de vagas formais no estado e cria uma insegurança das famílias quanto a sua perspectiva profissional", avalia o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt.

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