Cai índice de confiança do empresário catarinense em janeiro
O ano de 2016 começou com queda de 1,7% no Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), rondando o menor resultado da série histórica em Santa Catarina. Em uma escala que vai de 0 a 200, o ICEC encontra-se em 88,3 pontos (janeiro), diante de 89,8 (dezembro). Os demais indicadores avaliados (condições atuais da economia, expectativa do empresário do comércio, contratação de funcionários e nível de investimento das empresas) também se encontram em baixos patamares, demonstrando a falta de confiança do empresário catarinense.
“O ICEC revela o efeito cascata da deterioração do mercado interno: as restrições ao crédito (associado às altas taxas de juros para o consumidor e o empresário), as persistentes pressões inflacionárias e o baixo crescimento da renda e do emprego desaceleraram as vendas no Estado em 1, 7% em 2015, gerando menos receita em uma estrutura de custos já elevados. Com o resultado do varejo comprometido, os empresários passam a ter uma visão negativa e passam a controlar mais os investimentos no setor”, avalia Bruno Breithaupt, presidente da Fecomércio SC.
O Índice das Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC) recuou 37,5% no ano, enquanto no mês houve uma elevação de 3,9% por conta da temporada. Os três subíndices que compõem o ICAEC (Condições Atuais da Economia, do Comércio e das Empresas do Comércio) apresentaram queda anual. Este resultado mostra o pessimismo dos empresários catarinenses, especialmente por conta da redução do acesso ao crédito e o volume de vendas enxuto no Estado.
Já o Índice de Expectativas do Empresário do Comércio (IEEC) caiu tanto no ano, quanto no mês, com variações de -4,2% e -3,4% respectivamente. Dos 131,0 pontos em dezembro, o índice foi para 126,6 pontos em janeiro. Os dados mostram que a expectativa em relação à economia brasileira continua baixa, visto que se espera um resultado do PIB ainda negativo em 2016.
“O que sustenta o IEEC acima dos 100 pontos é o que os empresários vêm fazendo para manter seu negócio lucrativo do ‘balcão para dentro’. Embora a perspectiva sobre a questão macroeconômica seja negativa, o empresário do comércio confia na retomada do consumo", avalia Breithaupt.
O Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IICEC) caiu 2,3% no mês, enquanto a queda anual foi de 16,0%, ficando no patamar de 90,1 pontos em janeiro. O panorama político e a imprevisibilidade econômica trazem incertezas aos empresários em relação à segurança de investimento. Caso a economia permaneça em recessão ao longo do ano, os empresários devem continuar cautelosos e optar por estratégias que minimizem os riscos.
Embora o subíndice que mede a contratação de funcionários tenha registrado queda de 8,5%, ainda manteve-se acima dos 100 pontos. As contratações dos trabalhadores temporários para as festas de fim de ano e o verão, mesmo inferiores ao ano anterior, já dão um alívio ao mercado de trabalho em desaceleração.