Confiança do empresário do comércio sobe pouco em maio, mas ainda predomina o pessimismo
A Pesquisa da Fecomércio SC revelou que, em maio, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) catarinense subiu 0,7% em relação ao mês de abril, mas manteve-se nos 85,7 pontos, patamar abaixo dos 100 pontos que indica o limite entre o pessimismo e otimismo. Na variação anual, a queda foi de -18,5%. O índice de condições atuais do empresário do comércio caiu expressivos -32,4% no ano e -2,1% no mês, ficando em 52 pontos, o menor resultado da série histórica iniciada em 2010.
Dentre os subíndices que compõem o ICAEC, todos os indicadores apresentaram queda mensal e anual. O CAE verificou considerável queda de -61,5%, passando de 65,2 pontos em maio de 2014 para 25,1 pontos em maio de 2015. Na comparação mensal, a retração foi de -6,3%. No âmbito geral, a situação é de grande pessimismo persistente, associado ao ajuste econômico de caráter recessivo, anunciado pela equipe econômica do governo, ao baixo volume de vendas no estado e à forte pressão inflacionária, vinda do reajuste dos preços administrados que já fez a inflação passar dos 8%.
O subíndice de condições atuais do comércio (CAC) apresentou variação negativa expressiva de -33% na comparação anual e de -2,3% na comparação mensal. Em termos absolutos, o subíndice marca 50,3 pontos; inferior aos 51,5 pontos de abril. O subíndice de condições atuais das empresas do comércio (CAEC) caiu -10,8%, explicado pela restrição ao crédito cada mês mais crescente. Na comparação mensal, houve pequena queda de -0,6%. Em termos absolutos, fechou o mês de maio com 80,6 pontos.
Vendas em declínio
O resultado mostra que o pessimismo dos empresários catarinenses com relação às condições atuais das suas empresas é considerável, capitaneado, principalmente, pela redução do acesso ao crédito, associado aos elevados juros, pelo crescimento reduzido dos rendimentos do trabalho e o volume de vendas em declínio, que em março, o dado mais recente disponível pelo IBGE, no acumulado de 12 meses, chegou a apenas 0,1% de crescimento.
O índice de expectativa do empresário do comércio (IEEC) caiu -10,8% no ano, mas subiu 2,5% na variação mensal. Dos 115,8 pontos em abril, o índice foi para 118,7 pontos. Essa elevação está em sintonia com a perspectiva de melhora da economia, passado o ajuste fiscal, no fim do ano e início de 2016, e indica que a confiança do empresário do comércio nas possibilidades de vendas futuras ainda permanece positiva. No entanto, a cautela será a palavra de ordem do comércio nos próximos meses.
Investimento
O IIEC, índice de investimento do empresário do comércio caiu -0,2% no mês. No ano, a queda foi de -18,4%, ficando no patamar de 86,3 pontos em maio. Este resultado decorre muito das difíceis condições atuais da economia, como a restrição ao crédito e aos juros elevados (tanto ao consumidor quanto ao empresário) e indica que as fortes pressões inflacionárias e o desaquecimento do mercado interno acendem um sinal pessimista e de preocupação aos empresários.
O subíndice contratação de funcionários (IC) apresentou queda de -4,2%, passando de 82,7 pontos no mês passado para 79,2 pontos no mês de maio. Na comparação anual, houve queda de -26,8%, demonstrando que o mercado de trabalho já mostra sinais de saturamento, conclusão corroborada pelo baixo saldo de vagas criadas no ano. O subíndice nível de investimento das empresas (NIE) caiu -27,8% no ano e -0,9% no mês. O subíndice de situação atual dos estoques (SAE) apresentou variação positiva, ficando em 3,9%. Na comparação anual, houve alta de 0,7%.