Confiança do empresário sobe pouco em junho, mas ainda se mantém no patamar de pessimismo
A confiança do empresário catarinense com relação aos rumos da economia brasileira e as perspectivas dos seus negócios melhorou um pouco no mês de junho, mas, de acordo com a pesquisa do ICEC – Índice de Confiança do Empresário do Comércio, divulgada pela Fecomércio SC, não o suficiente para sair do patamar pessimista de 88,7 pontos, próximo do menor resultado da série histórica. O ICEC subiu 3,5% em relação ao mês de maio, mas registrou uma queda anual de 12,5%.
O índice que registra as condições atuais do empresário do comércio (ICAEC) caiu 31,5% no ano e 3,1% no mês, chegando, também, ao menor resultado da série histórica, com 50,4 pontos. Dentre os subíndices que compõem o ICAEC, todos os indiciadores apresentaram queda mensal e anual. A única exceção foi o subíndice das condições atuais da economia, que verificou considerável queda anual de 52,2%, mas, na comparação mensal, teve alta de 5,6%. No âmbito geral, a situação é de grande pessimismo persistente, associado ao ajuste econômico de caráter recessivo, ao baixo volume de vendas no estado e à forte pressão inflacionária, vinda do reajuste dos preços administrados que já fez a inflação passar dos 8%.
O subíndice de condições atuais do comércio (CAC) apresentou variação negativa expressiva de 30,5% na comparação anual e de 2,4% na comparação mensal. Em termos absolutos, o subíndice marca 49,1 pontos; inferior aos 50,3 pontos de maio. O subíndice de condições atuais das empresas do comércio (CAEC) caiu 20,5%, o que pode ser explicado pela restrição ao crédito cada mês mais crescente. Na comparação mensal, houve pequena queda de 6,3%. Em termos absolutos, fechou o mês de junho com 75,5 pontos.
O resultado mostra que o pessimismo dos empresários catarinenses com relação às condições atuais das suas empresas é considerável, capitaneado, principalmente, pela redução do acesso ao crédito, os elevados juros, pelo crescimento reduzido dos rendimentos do trabalho e pelo volume de vendas em declínio, que, em abril, o dado mais recente disponível pelo IBGE, no acumulado de 12 meses fechou com variação negativa de -0,3%.
Expectativa
O índice de expectativa do empresário do comércio (IEEC) caiu 0,2% no ano, mas subiu 7,2% na variação mensal. Dos 118,7 pontos em maio, o índice foi para 127,3 pontos em junho. Essa elevação está em sintonia com a perspectiva de melhora da economia no fim do ano e início de 2016, e indica que a confiança do empresário do comércio nas possibilidades de vendas futuras ainda permanece positiva. Porém, a cautela será a palavra de ordem do comércio nos próximos meses.
Dentre os subíndices que compõem o IEEC, todos voltaram a registrar resultado acima dos 100 pontos. Fator que demonstra um horizonte de melhora nas condições econômicas, reforçado pela boa credibilidade que o ajuste fiscal vem tendo. O EEB, de expectativa da economia brasileira, apresentou no mês de junho de 2015, 103,3 pontos, sendo que em maio estava em 94 pontos – variação positiva de 9,9%, o suficiente para tirar o indicador campo negativo. No ano, a queda foi de 4,4%.
Investimento
O IIEC, índice de investimento do empresário do comércio, subiu 2,5% no mês. No ano, a queda foi de 14,2%, ficando no patamar de 88,5 pontos em junho. Este resultado decorre muito das difíceis condições atuais da economia, como a restrição ao crédito e aos juros elevados (tanto ao consumidor quanto ao empresário) e indicam que as fortes pressões inflacionárias e o desaquecimento do mercado interno acendem um sinal pessimista e de preocupação aos empresários.
O IIEC do mês de junho mostrou que os empresários mantêm certa desconfiança com relação as suas perspectivas de investimento, dada sua consideração de que a economia brasileira apresentará recessão em 2015. Caso a economia permaneça em situação ruim, tendência para o restante do ano, o investimento dos empresários catarinenses tende a ser consideravelmente mais cauteloso, optando por estratégias que minimizem os riscos.