Cortes poderiam ser maiores nos custeios, e não em investimentos
A Fecomércio SC considera a medida de corte de quase R$ 70 bilhões no orçamento do governo importante. O anúncio vai ao encontro do que a entidade já defendia: o governo deveria reduzir seus gastos para tornar o ajuste fiscal mais eficiente, diluindo, assim, seus onerosos custos entre todos os setores da sociedade, e não colocando quase todo seu ônus no setor produtivo, como vinha sendo feito, com o aumento da carga tributária e extinção de certas desonerações.
No entanto, a federação pondera que cortes poderiam ser maiores nos custeios e não em investimentos tão importantes, como os de infraestrutura. A entidade alerta que este valor de R$ 69,9 bilhões ainda não deve ser suficiente para o governo equilibrar suas contas e atingir a meta de superávit primário prevista para o ano de 2015 de 1,2% do PIB.
Isso porque o governo saiu do ano de 2014 com uma posição deficitária da ordem de -0,6% do PIB, o que implica que o esforço fiscal de 2015 tem que ser ainda maior, já que se faz necessário primeiro zerar o resultado negativo do ano passado. Outro fator que milita contra o cumprimento da meta é a baixa atividade econômica, que reduz a arrecadação.
Portanto, é fundamental um plano de equilibro fiscal contínuo, inclusive em períodos de expansão da economia, que garanta sempre a boa gestão dos gastos governamentais e não acarrete em pesados ajustes para toda a sociedade em momentos de retração.