Depois de três meses de alta, varejo em SC registra queda nas vendas em outubro

O comércio varejista em Santa Catarina voltou a registrar queda no volume de vendas em outubro (-o,6%), no acumulado de 12 meses, depois de apresentar números positivos entre julho e setembro. Neste mesmo período, a variação da receita foi de 6,2%. A avaliação dos dois indicadores aponta o recuo do setor ao longo do ano em todo cenário nacional, com retração menos acentuada em Santa Catarina.

Já na comparação com outubro de 2014, que mostra o comportamento do mês, o Estado também registrou queda de 7,7% nas vendas e alta de 2, 1% na receita, resultado considerado negativo, já que está abaixo da inflação (9,9%).

O setor de livros, revistas e jornais apresentou crescimento de 5% nas vendas, configurando-se como o único dos 11 segmentos com resultado positivo no mês. Já os móveis continuam no negativo, com retração de 25%.

“Esses resultados oscilantes, entre subidas e descidas, contrastam com o resto do país, no qual a tendência de queda é clara. Desde maio de 2014, a variação no volume de vendas no Brasil vem apresentando resultados sempre menores a cada mês. De lá para cá, a magnitude da queda já chegou a 7,6 pontos percentuais, enquanto que em Santa Catarina a retração foi de 4,2 pontos percentuais no acumulado de 12 meses”, avalia o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt.

O varejo brasileiro registrou queda de 5,6% no volume de vendas, em relação ao mesmo período do ano passado. Nesta mesma comparação, a variação da receita foi de 3,3%. De novembro de 2014 a outubro de 2015, as vendas fecharam com queda de 2,7%, o índice mais baixo desde janeiro de 2004, e variação de receita em 4,1%.

De acordo com o economista da Federação, Luciano Córdova, o país encerra o ano sem sinais de reativação do crescimento econômico. Já para o Estado, a previsão é um pouco mais positiva em 2016.

“O consumo no quarto trimestre de 2015 se mantém em queda por conta da baixa confiança do consumidor e do cenário de restrição ao crédito, fruto dos juros elevados, que afeta principalmente o segmento de bens duráveis. Esta situação deve se estender no próximo ano. Em Santa Catarina, a desaceleração da inflação pode aliviar os custos e aquecer as vendas, trazendo mais estabilidade”, pondera.