Fecomércio critica bloqueio no porto de Itajaí e vê prejuízos ao turismo da região

Atualizado em 06 janeiro, 2015

A Fecomércio SC vê com preocupação os prejuízos ao turismo e à economia de Santa Catarina causados pelo protesto dos pescadores que, desde a segunda-feira, estão obstruindo, com mais de cem embarcações, o canal de acesso ao porto de Itajaí. O turismo de cruzeiros, responsável por movimentar boa parte da economia do município e da região, de acordo com as pesquisas feitas pela Fecomércio nos dois últimos anos, está sendo prejudicado pela manifestação, deflagrada por tempo indeterminado.

O presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt, disse que compreendia a manifestação dos pescadores, mas criticou os prejuízos ao turismo e à atividade portuária. “A intenção de combater e reverter os efeitos da portaria que afeta o setor da pesca é compreensível. No entanto, não pode afetar quaisquer outras atividades também produtivas e essenciais para Santa Catarina, como a atividade portuária de cargas e o turismo de cruzeiros, que tem na alta temporada o seu melhor movimento”, afirmou Breithaupt.

Para o vice-presidente de Turismo da Fecomércio SC, Fernando Willrich, “o turismo de cruzeiros é uma atividade relativamente recente em nosso litoral e que precisa de condições favoráveis para se consolidar e expandir. Fatos como esse fazem com que operadores e turistas avaliem e repensem Santa Catarina como um destino de interesse”.

Apesar da liminar judicial obtida pela Capitania dos Portos de Itajaí determinando a liberação do canal, os condutores dos barcos mantiveram o protesto, impedindo que um navio de cruzeiro, com cerca de 1,8 mil pessoas a bordo, deixasse o píer turístico de Itajaí com destino a Buenos Aires.

A bordo

Advogado de Curitiba, Marcus Vinicius Toloto está a bordo do navio com a mulher e o filho de sete anos. Segundo ele, os passageiros receberam apenas dois boletins, um ontem e outro na manhã desta terça-feira, a respeito da situação e das negociações entre Marinha, Capitania dos Portos e polícias militar e federal e os manifestantes para a liberação do canal.

"Embarcamos na segunda-feira. Como já fizemos o check-in na alfândega, estamos impedidos de sair do navio. Todas as atividades do cruzeiro estão funcionando, teatro, cinema, piscina, programação infantil. A operadora conseguiu também que liberassem o cassino e o free-shop. Tudo está funcionando como se estivéssemos em alto-mar. Mas continuamos parados. Por enquanto está tranquilo, os passageiros não estão reclamando muito. Mas, se essa situação permanecer indefinida por mais um dia, teremos protestos aqui dentro também. Alguns já disseram que pretendem desistir da viagem", afirmou Toloto.

Organizado pelos sindicatos das empresas pesqueiras e dos pescadores, o protesto se manteve na terça apesar da previsão da multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento da ordem de liberação do canal. Os manifestantes pedem a revogação da Portaria 455, de dezembro de 2014, do Ministério do Meio Ambiente, que proibiu a pesca de novas espécies de peixe que, supostamente, estão ameaçadas de extinção, como namorado, garoupa, cação e arraia.

A Capitania dos Portos informou que um navio mercante também continua sem poder sair do Complexo Portuário de Itajaí. Outras três embarcações comerciais deveriam ter atracado desde o começo do protesto. A chegada de outros dois navios está prevista para esta quarta-feira (dia 7).
 

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