Observatório do Comércio discute projetos para a melhoria da mobilidade urbana na Grande Florianópolis

Atualizado em 13 maio, 2015

Na noite de terça-feira, dia 12, na segunda parte da 9ª Reunião de Vice-Presidência da Grande Florianópolis da Fecomércio SC, o Observatório do Comércio recebeu o superintendente da Região Metropolitana da Grande Florianópolis, Cássio Taniguchi, que fez uma exposição sobre o Plamus – Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da região. Na abertura do encontro, o assessor de Relações Institucionais da Fecomércio, Elder Arceno, apresentou a Agenda Política e Legislativa 2015 da Fecomércio SC, e economista da entidade, Luciano Córdova, falou sobre a Pesquisa de Mobilidade Urbana em Santa Catarina, divulgada pela federação no começo deste ano. A reunião contou com a presença dos deputados estaduais Mário Marcondes (PR) e Gean Loureiro (PMDB), presidente da Frente Parlamentar de Mobilidade Urbana da Assembleia Legislativa, além de autoridades dos municípios da região, empresários e presidentes de sindicatos filiados à Fecomércio.

De acordo com a pesquisa, a elevação da renda e o aumento do consumo nos últimos 15 anos (estimulado pelo crescimento de 389,59% nas concessões de crédito para pessoas físicas, entre 2000 e 2013), fez com que o percentual de domicílios catarinenses com automóvel subisse de 46,11%, em 2000, para 61,99%, em 2010. Porém, esse novo padrão dos catarinenses não foi acompanhado de melhorias de infraestrutura urbana, causando gargalos nos trajetos municipal e intermunicipal, situação agravada pelo alto índice de trabalhadores de cidades satélites que trabalham nos centros urbanos.

Os dados da pesquisa revelam que seus municípios da Grande Florianópolis estão entre os que registram os maiores percentuais de moradores que trabalham fora de suas cidades: Governador Celso Ramos (40,57%), Biguaçu (39,72%), Palhoça (38,34%), São José (35,35%), Santo Amaro da Imperatriz (32,18%) e São Pedro de Alcântara (30,92%). Isso evidencia a região da Grande Florianópolis como o principal gargalo de mobilidade urbana do Estado. Luciano Córdova também lembrou que a Carta do Comércio, entregue em setembro do ano passado aos candidatos ao governo do Estado e divulgada pela Fecomércio, elenca uma série de propostas de melhorias em infraestrutura, colhida junto aos empresários de todas as regiões catarinenses, que podem minimizar os entraves ao desenvolvimento do setor terciário em Santa Catarina.

Mudanças estruturais

Segundo o superintendente Cássio Taniguchi, não há soluções para cidades que só pensam no automóvel, veículo que transporta, em média, 1,2 pessoas. “Em Florianópolis, 48% da população utilizam carro particular para o seu transporte. No Rio de Janeiro, são 21%, e em São Paulo, 32%. E aqui na região, o tempo médio de viagem da casa para o trabalho é de 35,2 minutos, sendo 30,7 minutos de automóvel e 43 minutos de ônibus”, explicou Taniguchi, dizendo que as propostas contidas no Plamus contemplam mudanças estruturais quanto ao uso do solo, do transporte público e o sistema viário, e que o Estatuto da Metrópole, de acordo com a lei federal sancionada no dia 12 de janeiro deste ano, prevê um prazo de três anos para o preparo do Plano de Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana da Grande Florianópolis.

Para Taniguchi, uma das providências necessárias é regulamentar a legislação das PPPs em Santa Catarina. “Do jeito que está, com o governo federal apertando o cinto, é preciso regulamentar as Parcerias Público-Privadas de modo a permitir o ingresso da iniciativa empresarial dentro da perspectiva da mobilidade”, afirmou o superintendente, revelando que foi encaminhado ao Ministério das Cidades pedido de financiamento de R$ 550 milhões para o primeiro trecho de 10 km dos 96 km previstos dentro do Plamus para modificação do sistema viário. Este primeiro trecho compreende a Avenida das Torres, BR-282 (Via Expressa) e as pontes Pedro Ivo Campos e Colombo Salles com implantação de faixa exclusiva para ônibus BRT e vias marginais. Outras propostas incluem mudanças na SC-401 (trechos Norte e Sul) e na BR-101,de modo a estimular a criação de um eixo de desenvolvimento entre Biguaçu, São José e Palhoça, proporcionando a geração de mais empregos no Continente. “Vamos trabalhar para tentarmos ter a melhor solução possível para a Grande Florianópolis”, disse.

Ações de curto prazo

O deputado Gean Loureiro falou da atuação da Frente Parlamentar de Mobilidade Urbana e das providências pontuais que podem ser feitas, como a contratação de um guincho para ficar de prontidão nas pontes, corredores exclusivos e o projeto para ampliação da Via Expressa. “A cidade precisa andar. A gente trabalha mais a consequência que a causa. Mantive, recentemente, reuniões no Ministério dos Transportes e na ANTT, para estabelecermos ações de curto prazo que, pelo menos, minimizem o estrangulamento que se vê hoje”, afirmou Gean.

Já o deputado Mário Marcondes questionou o fato de a população da Grande Florianópolis viver de costas para o mar. “Aqui parece ser pecado colocar o pé na água”, afirmou, lembrando as dificuldades de se implementar projetos de construção de marinas e de um sistema de transporte hidroviário que ofereça alternativas à população da região. Marcondes também concordou que boa parte da solução dos problemas de infraestrutura urbana passa pelas Parcerias Público-Privadas e lembrou que o Poder Público é responsável pela maior parte do tráfego em direção à Ilha de Santa Catarina.
 

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