ECONOMIA
Prévia da inflação de maio tem maior variação negativa desde início do Plano Real
A prévia da inflação oficial de maio, calculada pelo IPCA-15 do IBGE, apresentou queda de 0,59%, variação mais negativa desde o início do Plano Real, em 1994. Esse resultado aponta para uma permanência das pressões deflacionárias no índice geral de preços que se iniciaram no mês passado, quando registrou queda de 0,31%, enquanto a prévia havia indicado contração de 0,01%.
O principal setor responsável pela deflação foi o de transportes (-3,15%), em resposta à queda na demanda por combustíveis e passagens aéreas. O movimento deflacionário, porém, não foi restrito a ele, também afetando os grupos de habitação (-0,27%), vestuário (-0,20%), saúde e cuidados pessoais (-0,13%) e despesas pessoais (-0,09%). Apenas três grupos de preços apresentaram variação positiva, isto é, inflação: alimentação e bebidas (0,46%), artigos de residência (0,45%) e comunicação (0,22%).
No acumulado anual, o índice continua positivo em 0,35%, porém, caso mantenha esta tendência pode apresentar valor negativo em junho, mês no qual tipicamente se observa valores menores de inflação.
A deflação representa um problema econômico grave e, associada às tendências recessivas, pode afetar as dinâmicas comerciais, contratuais, de endividamento e as contas públicas. Deve ser contraposta com estímulos fiscais e monetários que garantam aumento da atividade econômica e da renda.