Primeiro trimestre de 2017 tem inflação mais baixa desde Plano Real

Atualizado em 11 abril, 2017

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor – Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, fechou março com variação de 0,25%, abaixo de fevereiro e a menor para o mês em cinco anos.

Somando o primeiro trimestre (0,96%), esta foi a inflação mais baixa desde Plano Real, em 1994. Na comparação com o mesmo período do ano passado (2,62%), a queda é ainda mais expressiva- o índice registrou recuo de 1,66 pp. No acumulado dos últimos 12 meses, a variação (4,57%) também foi menor do que os 12 meses imediatamente (4,76%).

De acordo com o economista da Fecomércio SC, Luciano Córdova, a inflação brasileira em março manteve a trajetória de queda no acumulado de 12 meses em razão da queda na demanda do consumidor e pelo fato de que o nível dos reajustes típicos desse mês foi menor dos que os observados em 2016. “Os alimentos continuam com os preços em desaceleração, o que pode possibilitar maior gasto do consumidor e auxiliar no processo de recuperação do comércio, que já vem sendo observada desde o final do ano passado. Espera-se que a inflação continue em queda até abaixo da meta de 4,5% em 2017. Este movimento trará mais reduções da taxa básica de juros nas próximas reuniões do COPOM, permitindo, assim, uma maior expansão do crédito, outro elemento dinamizador do consumo”, explica.

Com impacto de 0,15 p.p., a maior parte do índice de março ficou na conta da energia elétrica, que subiu 4,43% e levou o grupo habitação a atingir 1,18%, a mais elevada variação de grupo. O resultado do item energia elétrica reflete a cobrança da bandeira tarifária amarela no valor de R$ 2,00 a cada 100 kwh consumidos, aliada aos aumentos ou reduções nas parcelas do PIS/COFINS, dependendo da região pesquisada.

Além da energia elétrica (4,43%), as despesas com habitação ficaram mais elevadas diante do aumento de 1,13% no preço do botijão de gás, tendo em vista reflexos do reajuste médio de 9,80% ao nível das refinarias, concedido pela Petrobrás para vigorar a partir do dia 21 de março.

Embora tenha sido a segunda maior variação de grupo, a educação (0,95%) mostrou recuo significativo em relação à alta do mês anterior (5,04%). Em fevereiro, a forte pressão dos reajustes anuais aplicados sobre o valor das mensalidades do ano anterior impactaram no índice.

Já o grupo alimentação e bebidas teve aceleração para 0,34%, ao passo que, em fevereiro, havia apresentado queda de 0,45%. Produtos importantes na mesa do consumidor, como o leite longa vida (2,60%), o café moído (1,89%) e o pão francês (0,91%), ficaram mais caros. Por outro lado, o feijão preto (-9,11%), carioca (-5,59%) e o mulatinho (-4,50%) ficaram mais baratos de um mês para o outro.

Quatro dos nove grupos de produtos e serviços recuaram de fevereiro para março: transportes (-0,86%), comunicação (-0,63%), artigos de residência (-0,29%) e vestuário (-0,12%), com destaque para a gasolina, cujo preço do litro ficou, em média, 2,21% mais barato. Em comunicação (-0,63%), o resultado se deve à redução nas tarifas das ligações de fixo para móvel a partir do dia 25 de fevereiro, levando o item telefone fixo a -2,24%.

Quanto aos grupos saúde e cuidados pessoais (0,69%) sobressaem os itens plano de saúde (1,07%) e higiene pessoal (0,71%). Já nas despesas pessoais (0,52%), o cigarro teve variação de 1,68% por conta de reajustes ocorridos em determinadas marcas e regiões a partir dos dias 26 e 27 de fevereiro.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) variou 0,32% em março e ficou acima da taxa de 0,24% de fevereiro em 0,08 p.p. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice desceu para 4,57%, ficando abaixo dos 4,69% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2016, o INPC registrou 0,44%.

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