Queda no consumo puxou PIB para baixo

Apesar da queda de 0,3%, o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2016 aponta uma retração menor do que em 2015, segundo dados divulgados na quarta-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este é o quinto resultado negativo consecutivo nesta base de comparação, mas ainda supera as expectativas de recuo para período.

Dois setores representados pela Federação, o comércio (-1%) e os serviços (-0,2%) apresentaram variação negativa. Fatores como aumento do desemprego, queda da renda e juros em elevação contribuíram para a queda no consumo, o principal indicador que puxou o PIB para baixo.

"Até meados de 2013, o consumo das famílias vinha apresentando bons resultados, que estimulavam o crescimento econômico. O indicador representa 63% do cálculo do PIB. No entanto, a reversão para uma tendência de queda a partir de 2014 passou a influenciar negativamente o resultado da economia e as vendas do comércio", avalia Bruno Breithaupt, presidente da Fecomércio SC.

Os investimentos também se retraíram no primeiro trimestre de 2016. Puxados pelos juros em alta, principalmente fruto do déficit fiscal e a baixa confiança do empresário, o indicador apresentou redução pelo 10º trimestre consecutivo. 

"Para este ano, espera-se um retração da economia na ordem de -3,5%, resultado menor do que se previa no início do ano. Contudo, a queda pode ser menor caso a instabilidade política, que prejudica os investimentos, e medidas para racionalizar os gastos públicos, como a que limita o crescimento do gasto à inflação, sejam efetivadas pelo Congresso Nacional”, finaliza.