ECONOMIA

Vendas em agosto reforçam tendência de recuperação do comércio catarinense

Atualizado em 08 outubro, 2020

O resultado do volume de vendas em agosto consolida a tendência de recuperação do comércio em Santa Catarina, de acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta quinta-feira (8) pelo IBGE. A retomada do emprego, liberação de FGTS e a continuidade do auxílio emergencial refletiram no desempenho.

O varejo ampliado, que inclui materiais de construção e veículos, praticamente cobriu suas perdas ao registrar variação de -0,1% no acumulado de 2020. Na comparação mensal, o crescimento no volume de vendas foi de 1,6% no restrito e 3,6% no ampliado, enquanto no Brasil esses indicadores foram de 3,4% e 4,6%, respectivamente, o que levou o índice do comércio varejista para os maiores patamares históricos. Apesar da desaceleração relativa, Santa Catarina encontra-se em situação consideravelmente melhor, uma vez que o país ainda não cobriu as perdas no acumulado do ano (-0,9% restrito e -5,0% ampliado).

O grupo que apresentou maior recuperação ao nível nacional e estadual foi o de Tecidos, vestuário e calçados, que em Santa Catarina cresceu 9,6% em comparação com mesmo mês do ano passado, minimizando as perdas no acumulado para -12,2%. O frio e a perspectiva de mudanças de estação movimentaram o segmento, revertendo o represamento anterior do consumo.

Os quatro segmentos que já se encontravam em patamares positivos continuaram a crescer, apesar de os supermercados e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos apresentarem desaceleração e estagnação. Veículos, motocicletas, partes e peças e artigos de uso pessoal e doméstico também apresentaram recuperação relativa e redução das perdas no acumulado, que ficaram respectivamente em -11,9% e -10,9%.

Atividades que já estavam no vermelho continuaram a agravar as perdas, como é o caso de livros, jornais, revistas e papelaria, que acumularam queda de 30,4% no seu volume de vendas, assim como equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, que recuaram 36,6% no ano.

Ao cruzar com os dados de emprego do CAGED, constata-se que a dinâmica do volume de vendas e receita nominal também impactou positivamente no estoque de emprego no estado, puxado pelo grupo de Materiais de Construção (+535 PFT), produtos farmacêuticos, perfumaria e cosméticos e artigos médicos, ópticos e ortopédicos (+217 PFT) e comércio varejista de mercadorias em geral, sem predominância de Produtos Alimentícios (+237 PFT), que é especialmente ligado a lojas de departamentos.

Variação da receita

No acumulado de 2020, a disparidade entre volume de vendas e receita nominal continuou a crescer nas atividades de hiper e supermercados, principalmente devido às pressões inflacionárias no setor de alimentos, assim como reduziu no caso de móveis e eletrodomésticos, que era o principal grupo a apresentar uma disparidade negativa (volume de vendas [7,7%] maior que a receita nominal [4,0%]), o que indica uma melhora no perfil dos preços e ticket médio do segmento.

Nos demais grupos, a variação da receita nominal tendeu a ser maior do que o volume de vendas, excetuando-se combustíveis e lubrificantes (-11,3% contra -13,9%) e equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-36,6% contra -39,8%). Os segmentos com maiores dificuldades explicam, em parte, a piora relativa no desempenho do varejo restrito em Santa Catarina e merecem especial atenção. A retomada deve ser sustentada em todos os setores, para evitar a reversão na tendência de recuperação do volume de vendas e receita nominal.

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