ECONOMIA
Reflexo da recessão: pirataria cai em 2016, mas classes D e E aumentam consumo em SC
Pesquisa da Fecomércio SC traz radiografia do mercado ilegal no Estado
Lojas e ruas lotadas de consumidores em busca de presentes para o Natal e compras de fim de ano. Com a demanda aquecida, dezembro é sinônimo de lucro para o comércio, mas também um terreno fértil para a venda de pirataria. Os preços mais atraentes dos produtos falsificados ou pirateados em relação ao original motivam as compras para 69,7% destes consumidores, segundo a pesquisa da Fecomércio SC. Os dados foram levantados em Lages, Chapecó, Blumenau, Joinville, Criciúma, Itajaí e Florianópolis e trazem uma radiografia da pirataria em Santa Catarina neste ano.
Aproximadamente três a cada dez catarinenses (32%) afirmam que adquiriram algum produto pirata em 2016, mesmo percentual do indicador nacional. Os resultados mostram uma tendência de queda no consumo destes itens nos últimos anos: em 2011, o índice atingiu 57%.
A reboque da recessão, que provocou desemprego e reduziu a renda das famílias, os catarinenses com menor poder aquisitivo (classes D e E) aumentaram o consumo em 8 pontos percentuais, passando de 28% em 2015 para 36% em 2016. Por outro lado, as Classes A e B tiveram queda de 21 pontos percentuais do ano passado para cá, de 36% para 15%, atingindo o menor índice desde o início da pesquisa.
Os jovens e jovens adultos são os maiores consumidores, com 46,5% na faixa etária entre 18 a 24 anos e 38,6% de 25 a 34 anos. Em média foram consumidos 16,6 produtos piratas neste ano.
Os CDs e DVDs (39,2%) seguem no topo do ranking dos mais comprados, seguido pelas roupas (10,6%), óculos e equipamentos eletrônicos, empatados com 9,3%. Os dois itens também aparecem na lista dos mais rejeitados, com 8,5% e 15,6%, respectivamente.
A facilidade em encontrá-los (12,5%) e a chance de ter acesso antes mesmo dos originais serem lançados oficialmente (9,2%) também estimulam a compra. Entre aqueles que não consomem, 32,9% disse que não tiveram necessidade, 23,9% preferem o original e 17,1% considera a qualidade ruim.
De 2012 a 2015, o prejuízo no país somou R$ 115 bilhões entre as perdas da indústria e o valor que o Estado deixou de arrecadar com a sonegação fiscal, conforme avalia o Fórum Nacional Contra a Pirataria e Ilegalidade (FCNP).