MERCADO
“Reajustes progressivos não devem mais penalizar setor produtivo e sociedade”, diz Breithaupt sobre paralisação dos caminhoneiros
A paralisação dos caminhoneiros nos últimos quatro dias está afetando a economia e impactando no funcionamento dos supermercados, postos de gasolina, hospitais, indústrias e rede de ensino. Os caminhoneiros estão parados nas estradas desde segunda-feira (21) para protestar contra o aumento dos preços e a alta carga tributária dos combustíveis. Esta semana o Governo Federal anunciou que pretende zerar a CIDE (contribuição de intervenção no domínio econômico) que incide sobre a comercialização do Diesel, principal combustível dos caminhões, mas a expectativa dos manifestantes é a aprovação no Senado do projeto que prevê zerar também a PIS-Cofins.
Posicionamento da Fecomércio SC
A Fecomércio SC e seus sindicatos filiados acompanham com apreensão os desdobramentos da paralisação do setor de transportes de cargas. Desde o início, o comércio varejista e atacadista, o setor de serviços e as empresas de turismo em todo o Brasil vêm acumulando prejuízos. O setor de distribuição está sendo afetado na essência de sua atividade, deixando hospitais, comércio varejista, supermercados, hotéis, bares e restaurantes desabastecidos e com dificuldade de atendimento ao público. Escolas, universidades e o próprio transporte de passageiros também foram impactados.
Mais do que encontrar os culpados pelo caos que está instaurado no Brasil, é fundamental que o poder público encontre soluções para esta paralisação. O custo logístico e o próprio custo Brasil justificam a legitimidade deste movimento. Os reajustes progressivos não devem mais penalizar o setor produtivo e a sociedade, desidratando a competitividade dos produtos e serviços brasileiros.
O governo precisa oferecer mais do que uma alternativa momentânea. O movimento grevista já sinalizou a medida para dar fim a greve: a sanção presidencial da proposta aprovada na quarta-feira (23) pela Câmara dos Deputados, que zera a alíquota de PIS/Cofins sobre o óleo diesel.
O país vive um momento de verdadeiro caos social. Não é o momento de o governo fazer barganha com reoneração da folha de pagamentos ou qualquer outra medida que penalize a produção e distribuição nacional. O Estado brasileiro precisa encontrar uma saída que atinja ao seu próprio agigantamento, com uma reforma administrativa que vise redução dos custos e aumento da produtividade, sem jogar a conta para a já sobrecarregada sociedade.
A Federação e seus sindicatos apelam aos senadores e deputados catarinenses que acelerem a tramitação da pauta legislativa para encerrar este impasse.